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As circunstâncias em que decorreu a maior parte do segundo período deste ano letivo foram inesperadas.  Foi instituída primeiramente uma pausa letiva com a duração de 15 dias, que se terá iniciado no dia 22 de Janeiro, mas que se desenvolveu para algo muito mais prolongado, tendo-se substituído o modelo de aulas presenciais para um modelo de aulas online.  

Como antiga aluna desta escola, foi-me pedido que deixasse o meu testemunho, a minha experiência neste primeiro ano, atípico, de universidade.

Vou fazendo horas, deixar o tempo passar – metade da vida é, como diz Fernando Namora, uma perdulária expectativa. E tonta. E ansiosa. E inútil. Como quem se sentou numa gare de caminho-de-ferro à espera de um comboio que não se sabe se passará e qual o seu destino. Certeza, e relativa está apenas no local da espera. E às vezes na própria espera. Desperdiça-se, ignora-se o instante real e concreto, como areia que se nos escapa das mãos, numa espera ilusória vez seguinte.

Sinto-me cada vez mais recompensada no meu saber. Abençoados programas que tanto nos ensinam, que promovem a nossa cultura. e nos acrescentam em valores e cívicos comportamentos. Vamos por partes. Há um grupo de pessoas com características muito especiais, eu diria mesmo, muito espaciais, que se reúne numa casa onde supostamente “jogam” rumo ao prémio final.

Este ano letivo entrei numa nova fase da minha vida a qual há muito aguardava: o ensino superior, nomeadamente a entrada no curso de medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

O tão famoso reality-show conhecido como Big Brother teve início no ano de 2000, em Portugal. É um programa de televisão, no qual um grupo de pessoas, normalmente quinze, se junta numa casa, sendo esta vigiada vinte e quatro horas por dia. Os participantes não podem ter qualquer contacto com o exterior. O seu principal objetivo é permanecer na casa até ao último dia do programa, no qual a audiência tem que escolher a sua pessoa favorita. Todas as semanas, existe uma ronda em que uma pessoa da casa é eliminada, deixando, consequentemente, a casa. No final do programa, o prémio é entregue ao vencedor. 

Tenho no meu espírito muito de catastrofista. Feito o aviso, passemos ao texto.

Um homem é feito de muitos homens. De muitos ritmos. De experiências por vezes quase antagónicas e que, ao sedimentarem, se olham, como de longe, com um sentimento de amargurada perplexidade.

Dizem que a melhor época da vida é quando, finalmente, alcançamos a idade entre os 20 gloriosos e os 30 esperançosos, tornando-se uma etapa cheia de convicções e energia para gastar. Ironicamente, no mundo do “rock”, existe uma lenda segundo a qual para todos os talentos brilhantes e inatos desta vertente musical o patamar em que estes atingem os 27 anos é cheio de perigos e até mesmo fatal. Muitos são os artistas que se deparam com esta situação. Brian Jones, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Amy Winehouse e Kurt Cobain são algumas das lendas que aos 27 anos, no auge do sucesso, partiram deste mundo. 

 No mês de Dezembro, no Jornal Público, referiu-se que o presidente do Instituto de Avaliação Educativa, Luís Pereira dos Santos, teria mostrado a necessidade de combater a inflação de notas, como a que se viu em 2020, ficando no ar a hipótese de que seria aumentado o grau de dificuldade das questões. 

Todos já sentimos alguma vez a pressão da sociedade para sermos conhecidos. Seja através do sucesso financeiro, profissional ou mesmo pessoal, temos sempre de ser superiores e vencer os outros. Isto é, de forma implícita, ensinado na escola, através d’”Os Lusíadas”, já que apenas a fama ou a elevação do herói permite aceder ao bem supremo dos deuses, que é a imortalidade.

É voz corrente que em relação à pontualidade os portugueses deixam muito a desejar, sobretudo quando a comparação é com países como Inglaterra, cuja atitude é meticulosa em relação ao tempo.

 

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