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 No mês de Dezembro, no Jornal Público, referiu-se que o presidente do Instituto de Avaliação Educativa, Luís Pereira dos Santos, teria mostrado a necessidade de combater a inflação de notas, como a que se viu em 2020, ficando no ar a hipótese de que seria aumentado o grau de dificuldade das questões. 

Esta subida nos resultados deveu-se, em grande parte, à estratégia implementada para os exames, como forma de combater as dificuldades que a Covid-19 veio a criar no ensino. Foi adotado um novo modelo nos exames, cuja principal novidade terá sido a criação de um grupo de perguntas opcionais. Destas perguntas opcionais, que eram várias, apenas eram selecionadas as que obtinham melhor resultado, dependendo o número de respostas a selecionar dos critérios de cada prova em específico. De acordo com o Ministério da Educação, estes facilitismos deverão ser evitados este ano. 

  Mas o que significa isto para os estudantes? Especialmente aqueles que pretendem realizar provas no presente ano escolar? Estes alunos foram também afetados pelo confinamento do ano anterior e estão a ser afetados pelo deste ano. Se o Ministério e o IAVE pretendem realizar provas com um nível de dificuldade superior às do ano passado, não estarão a colocar em desvantagem os estudantes deste ano?  

  A subida nos resultados das provas levou, como era de esperar, a um aumento das médias para acesso ao ensino superior, o que dificultou a entrada de muitos alunos, que ,mesmo com bons resultados, não conseguiram ingressar no curso que queriam. Com a possibilidade de se voltarem a candidatar este ano e com um número limitado de vagas, estes alunos estarão em vantagem relativamente àqueles que pretendem realizar as provas este ano, já que estas terão, provavelmente, um nível de dificuldade superior. 

  Considerando estes factos, e ainda o de os alunos que frequentam o ensino secundário nos anos de realização de exames, no ano de 2020/2021  terem sido afetados por dois confinamentos, a decisão mais justa no que toca às provas, seria, a ver de muitos, enveredar pelo mesmo caminho que o ano passado, mantendo a mesma estrutura da prova, e possibilitar a realização dos exames apenas enquanto prova de ingresso no ensino superior.  

  Por enquanto, apesar das recomendações por parte da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) para a realização dos exames como prova de candidatura, o Ministério da Educação ainda não afirmou a sua decisão final relativa ao tema, o que tem aumentado os níveis de ansiedade dos estudantes, que já não são baixos fruto de toda a situação pandémica e de confinamento em que se encontram, bem como a  já habitual decorrente de um ano em que está em causa um lugar na universidade pelo qual tem lutado nos últimos anos. 

ttps://uniarea.com/sobre-exames-nacionais-dificuldade-das-questoes-e-notas/ 

http://www.vozprof.com/iave-quer-travar-notas-demasiado-elevadas-nos-exames-nacionais/ 

https://expresso.pt/revista-de-imprensa/2021-02-16-Exames-nacionais-deverao-ser-limitados-a-disciplinas-que-dao-acesso-a-cursos 

 

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