Dizem que a melhor época da vida é quando, finalmente, alcançamos a idade entre os 20 gloriosos e os 30 esperançosos, tornando-se uma etapa cheia de convicções e energia para gastar. Ironicamente, no mundo do “rock”, existe uma lenda segundo a qual para todos os talentos brilhantes e inatos desta vertente musical o patamar em que estes atingem os 27 anos é cheio de perigos e até mesmo fatal. Muitos são os artistas que se deparam com esta situação. Brian Jones, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Amy Winehouse e Kurt Cobain são algumas das lendas que aos 27 anos, no auge do sucesso, partiram deste mundo.
Este sucesso parece ser a causa mais habitual para esta partida prematura, pois o estrelato traz coisas boas, mas, também contrariedades. Entre estas encontra-se a dependência de droga, de álcool ou de outras substâncias que transformam o ser humano e fazem o mundo perder figuras emblemáticas que são veneradas por milhares de fãs, que, inconformados com a perda dos seus ídolos, começaram ao longo dos anos a criar teorias controversas ou até mesmo bizarras para justificar a morte destes, contribuindo para a criação do “Clube dos 27” e o seu mediatismo.
Ainda é difícil determinar quando tudo isto começou, no entanto, pensa-se que o seu início ocorreu por volta de 1892, com a morte de Alexandre Levy, um jovem compositor, pianista e maestro, cujo falecimento não tem causa conhecida. De seguida, o caso mais controverso é o de Robert Johnson, um guitarrista não muito promissor que, segundo a lenda, fez um pacto com o Diabo para que lhe este lhe atribuísse o dom de tocar este instrumento. Acabou por ser envenenado e morreu com uma pneumonia em 1938, o que coloca ainda mais dúvidas e incertezas acerca do verdadeiro “porquê” da sua partida.
São já muitos os integrantes deste clube, porém, o caso mais recente foi o da cantora Amy Whinehouse, que em 2011, segundo o relatório da autópsia, sofreu de uma intoxicação devido ao abuso de álcool e droga, conjugada com o facto de a condição física da cantora estar bastante deteriorada. Todo o planeta perdeu para sempre a incrível voz, a presença icónica, o estilo marcante e o talento em bruto desta figura singular feminina.
Juntou-se, assim, a Brian Jones, músico dos Rolling Stones, que morreu afogado, apesar de usar frequentemente a sua piscina, e a Jim Morrison, cantor e compositor da banda The Doors, que foi encontrado morto na banheira, especulando-se que a sua morte tenha tido origem no uso de heroína, apesar de pessoas próximas afirmarem que este não consumia, e no relatório geral a causa da morte ser um ataque cardíaco.
Já a rainha do rock and roll, Janis Joplin, após combater uma depressão por causa de decepções amorosas e conseguir quase travar a sua dependência em drogas, no dia 4 de outubro de 1970, teve uma recaída e acabou por consumir por impulso, acabando por bater com a cabeça na sua mesinha-de-cabeceira devido à overdose que a dominava. Da mesma maneira partiu um ex-namorado desta, Jimi Hendrix, e mestre da guitarra elétrica, que, no mesmo ano, faleceu com a causa ainda por averiguar verdadeiramente. De facto, são muitas as possibilidades que existem: o médico da autópsia revela que este se asfixiou no seu próprio vómito, a namorada da altura e que o acompanhou até ao seu apartamento refere que este ainda estava vivo quando foi levado na ambulância, outro médico que estudou a morte deste diz que é plausível este ter sido assassinado e os relatórios da polícia referem que este já estava morto há várias horas no seu apartamento e que este se encontrava sozinho, pois não havia registos de atividade de mais ninguém no local.
Por fim, Kurt Cobain, vocalista e guitarrista dos Nirvana, foi encontrado morto em sua de Seattle, após se ter suicidado e injetado um grande dose de drogas e comprimidos, muitos que eram próprios para o combate da depressão. Deixou uma filha, milhares de fãs e um legado que ainda hoje se mantém vivo.
Todas estas celebridades referidas não conseguiram suportar as luzes da ribalta e a pressão a que estavam sempre expostos, encontrando uma saída naquilo que deviam evitar. Contudo, a história deles perdura e o estilo de vida “rock star” pode ser invejado, mas deve ser imortalizado pelo talento esbanjado em vida e não pelas fanáticas teorias que roubam estas precoces almas da música.