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Vou fazendo horas, deixar o tempo passar – metade da vida é, como diz Fernando Namora, uma perdulária expectativa. E tonta. E ansiosa. E inútil. Como quem se sentou numa gare de caminho-de-ferro à espera de um comboio que não se sabe se passará e qual o seu destino. Certeza, e relativa está apenas no local da espera. E às vezes na própria espera. Desperdiça-se, ignora-se o instante real e concreto, como areia que se nos escapa das mãos, numa espera ilusória vez seguinte.

Um homem é feito de muitos homens. De muitos ritmos. De experiências por vezes quase antagónicas e que, ao sedimentarem, se olham, como de longe, com um sentimento de amargurada perplexidade.

É voz corrente que em relação à pontualidade os portugueses deixam muito a desejar, sobretudo quando a comparação é com países como Inglaterra, cuja atitude é meticulosa em relação ao tempo.

 

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