Sentados numa cadeira, com um rebuçado na boca a acompanhar um café, um chá ou simplesmente um copo de água e com o ligeiro som do rio Fervença a atravessar as paredes da parte térrea da Casa da Seda, aconteceu a 7 de fevereiro às 21:30 um “café de ciência”, atividade divulgada com entusiasmo pelo Centro de Ciência Viva de Bragança, no qual foram dados a conhecer a todos os participantes alguns factos e mistérios sobre aquilo que rodeia o nosso pequeno rochedo azul.
Desta forma, Tiago Campante, astrónomo e investigador da área de astrofísica da Universidade do Porto, e Lara Sousa, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, com as respetivas apresentações “À Descoberta do Universo” e “Ouvir o Universo”, falaram-nos sobre estrelas, planetas, exoplanetas, o senhor Newton, ondas gravitacionais, missões da Nasa, heliosismologia, astrosismologia, entre outros. Estas duas últimas referem-se, respetivamente, ao som das vibrações do nosso Sol e dos restantes astros, música, aliás, que tivemos a sorte de ouvir durante a apresentação. Para além disso, tivemos direito a explicações sobre interferómetros, os dispositivos utilizados para detetar ondas gravitacionais, matéria e energia escura, que constituem cerca de 95% do Universo e ninguém tem a mínima ideia do que são, buracos negros, esferas de Dyson e outras invenções e realidades bizarras que a mente humana imagina e descobre.
No final houve tempo para perguntas, satisfazer curiosidade e especular sobre o futuro cósmico que nos aguarda. Ainda vai demorar algum tempo até conseguirmos ser uma civilização tipo I, uma civilização que aproveite toda a energia do seu planeta, ainda mais para chegarmos a tipo II, ou seja, que capte a totalidade da energia solar, e um tempo praticamente infinito para alcançarmos o tipo III e dominarmos a produção energética da galáxia, mas nada disso nos impediu de sonhar numa cave neste planetazinho onde hoje nos encontramos.