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Foi no dia de São Valentim que a turma do 11ºA se deslocou ao Porto para uma viagem cultural de dois dias, acompanhada pelas professoras Ana Isabel Oliveira, Odete Fernandes e Lúcia Rodrigues. A viagem realizou-se no âmbito das disciplinas de Português e de Biologia/Geologia, bem como de Física-Química.

Após uma subida atribulada pelas estradas da serra de Tormes, chegámos finalmente à casa fundação Eça de Queiroz, à Casa do Silvério, à Casa de Campo, localizada na freguesia de Santa Cruz do Douro em Baião, primeira paragem desta viagem de estudo. A visita começou com a visualização de um pequeno vídeo informativo acerca da vida de Eça de Queiroz, no qual ficámos a saber não só quem foi este escritor, mas o que fez e o que o liga às terras do Douro. De seguida tivemos oportunidade de fazer uma visita guiada pela antiga casa rústica que constitui a fundação e que foi remodelada mais recentemente. Passámos por quatro quartos e pela sala de estar onde conhecemos uma familiar de Eça de Queiroz, proprietária e habitante da casa, e com quem ainda tivemos a oportunidade de trocar umas palavras e sorrisos. Por fim, fomos à cozinha, ainda funcional, onde uma empregada preparava já o almoço e onde o cheiro a botelo deixou toda a turma com água na boca. Para acabar dirigimo-nos à capela onde estão os túmulos de familiares deste tão conceituado escritor. 

Visitar Tormes foi um óptimo começo de viagem, não só pela parte cultural, mas pelo facto de termos podido usufruir de paisagens fantásticas e termos respirado o ar puro do campo logo pela manhã. Há de facto uma passagem do livro “A cidade e as Serras” de Eça de Queiroz que descreve exatamente aquilo que vimos e sentimos nesta casa: “Um ar fino e puro entrava na alma, e na alma espalhava alegria e força.
Um esparso tilintar de chocalhos de guizos morria pelas quebradas.”
Seguindo viagem, desta vez descendo as íngremes estradas da serra, acabámos por parar para almoçar no fim desta descida, na área de serviço de Penafiel. Este momento foi marcado pelo convívio e pelo calor que se fazia já sentir. O Porto aguardava-nos, e a primeira paragem na cidade invicta foi o Museu Romântico, localizado junto ao Palácio de Cristal e com uma vista linda sobre o Douro que encantou toda a turma. Dentro do Museu sentimo-nos como habitantes de uma casa do século XIX, completamente decorada com mobiliário dessa altura, com o tão famoso estilo império, bem como com pinturas de Roquemont e Francisco José Resende, pintores românticos.
Após este enriquecimento de cultura, houve tempo para descontrair e passar algum tempo nos lindos jardins do Palácio de Cristal. Dirigimo-nos posteriormente para o centro da cidade, mais precisamente para a Livraria Lello, cuja arquitetura distinta espantou toda a gente pela positiva e cuja quantidade e diversidade de livros permitiu alguns momentos de distração.
As visitas a fazer no primeiro dia estavam acabadas, pelo que após a passagem por alguns monumentos emblemáticos, como a Torre dos Clérigos, nos dirigimos para o autocarro que desta vez nos levaria até ao NorteShopping, onde passámos algumas horas de lazer.
Ficámos alojados no Inatel de Santa Maria da Feira, e dia 15 pelas 9 da manhã estávamos já preparados para um novo dia cheio de atividades. Começámos pela Casa da Música, apontada como a melhor parte da visita pela grande maioria da turma. A verdade é que além da componente cultural, esta casa reúne uma beleza e uma capacidade de fascinar os jovens enormes. Infelizmente não foi possível visitar as duas salas interativas, uma vez que estavam a ser utilizadas. No entanto, conhecemos todos os outros espaços, desde as salas de ensaio, passando pelos bares e restaurante, até à tão famosa Sala Suggia, o coração da casa da Música. É de salientar que o que mais nos espantou foi que tudo nesta casa foi pensado até ao mais ínfimo pormenor, e que a sua construção requereu a junção de uma enorme equipa dos melhores técnicos em diversas áreas.
Após um almoço na cantina desta casa, encaminhámo-nos para a Fundação Serralves, última paragem da nossa viagem. Começámos por fazer um percurso pelos jardins, de forma a familiarizarmo-nos com o espaço e prepararmo-nos para a atividade que nos aguardava. Depois de uma pequena aula acerca de GPS, satélites e movimentos, passámos à componente prática, com a construção de um foguetão e lançamento deste mesmo, e também com uma pequena prova de orientação. No fim desta atividade sentíamo-nos realmente esgotados, porque tinham sido dois dias bastante preenchidos e ativos, combinados com pouco descanso.
Penso que falo por todos quando digo que foi uma viagem que, embora de curta duração, se tornou inesquecível pelo facto de ter estado sempre presente um espírito de união entre todos, espírito este que aliado à cultura e à diversão se transformou em mais do que poderíamos ter pedido em dois dias. Chegámos a Bragança já com pouca energia, e com necessidade de recarregar as pilhas e preparar para uma nova semana de aulas.

 

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