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A primeira impressão foi boa. O ginásio da escola estava parcialmente transformado num templo. O piso coberto, a plateia com as cadeiras devidamente alinhadas, o lugar dos finalistas reservado, o grupo coral pronto e afinado, o altar improvisado. Tudo estava pronto para o grande momento.

 Foi no passado dia 10 de abril. O entusiasmo dos principais participantes era evidente. Chegaram os pais e familiares mais próximos, que foram tomando os seus lugares, bem como alguns funcionários e professores. Com a comunidade escolar reunida, o celebrante elogiou o percurso de vida e escolar dos finalistas e incentivou-os a continuarem a crescer, não apenas na busca incessante de novos conhecimentos, mas também como pessoas, praticando os valores da amizade, da comunhão e da solidariedade. A Direção da escola agradeceu e elogiou o desempenho dos finalistas, aludindo ao fim de um ciclo de vida e à imediata abertura de um outro. Salientou a importância do conhecimento, do saber, mas também do estar, do ser e do dever. Foi evidente a satisfação, a alegria e o sentimento de dever cumprido. Depois chegou a vez dos finalistas. Contentes, gratos aos professores, aos funcionários e aos amigos, mostraram-se empenhados e comprometidos com o futuro, que aliás já começara.

Seguiu-se a cerimónia religiosa. O grupo coral teve um excelente desempenho. O momento mais sensível e bonito foi o da entrega, pelos finalistas, aos pais ou a quem pessoalmente entenderam, de uma rosa. Não foi fácil conter as emoções. Algumas lágrimas escorreram, ainda que exclusivamente de alegria e felicidade.
No final, surgiram as manifestações de alegria, umas mais outras menos contidas, mas ambas sinceras e contagiantes. Chegara a altura de perpetuar o momento, de usar novas e velhas tecnologias, para o registar para a posteridade. Multiplicaram-se as “selfies”. Procuraram-se os melhores ângulos, os melhores perfis, as poses mais perfeitas.
Para finalizar, teve lugar um almoço, muito divertido e participado, onde foi cultivado o espírito de grupo e o sentimento de partilha.
Sinto que valeu a pena. Obrigada a toda a comunidade escolar do Agrupamento de Escolas Abade de Baçal. Até sempre.

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Lembro-me de há uns aninhos andar a fugir ao professor Paulo para não ter de vir à bênção dos finalistas. Hoje sou eu que estou aqui e fico muito feliz de vos ver cá também.
A maioria de nós anda nesta escola desde o sétimo ano. Os restantes foram-se juntando e de certeza que todos temos histórias e momentos que vamos recordar durante muito tempo. Foram anos em que cada um de nós deu o seu melhor para chegar até aqui. Um dos dias mais marcantes dos alunos desta escola. Pelo caminho tivemos de superar diversas dificuldades, mas nunca sozinhos. Houve sempre alguém pronto para nos ajudar.
Não sabemos o que nos espera lá fora, não sabemos como será o dia de amanhã, mas sabemos que aqui teremos sempre um amigo em cada professor, em cada funcionário, em cada colega. Teremos sempre um amigo naqueles que estiveram cá todos os dias com um sorriso para nos dar, nos que fizeram com que hoje sejamos adultos (ou quase) prontos para seguir os nossos caminhos.
Só nos resta agradecer a todos os que nos acompanharam durante estes anos, a todos os que nos viram e ajudaram a crescer, a todos os que contribuíram para a formação da pessoa que somos hoje e, principalmente, a todos os que já não estão connosco porque se reformaram entretanto ou já partiram e aos que, contra as próprias adversidades, deram e dão o seu melhor para nos preparar. Não podemos deixar de agradecer aos nossos pais e familiares, que constituem o maior pilar na nossa educação e formação como pessoas, e a Deus, que nos guiou no nosso percurso durante estes anos.
Muito obrigada, em nome de todos os finalistas.

Mariana Coelho

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Foram 6 anos…
Este texto poderia começar com o usual “Era uma vez” das histórias de crianças, éramos todos crianças pequenas e irrequietas quando entrámos pela primeira vez nesta escola, a escola em que andamos desde o 7º ano, a Abade de Baçal.
Não me lembro qual foi a primeira aula que tive nesta escola, o primeiro amigo que fiz ou a nota do primeiro teste, mas lembro-me de ser recebida de braços abertos por todos os funcionários, por todos os professores e por toda a gente que faz parte desta instituição. As escolas não devem ter apenas um papel de formação mas também de acolhimento, conforto e harmonia, permitindo que numa época tão especial de formação de personalidades, se possa consolidar tudo o que de bom aprendemos em casa e na sociedade. Na Abade de Baçal sempre tivemos uma comunidade educativa que nos ensinava isso mesmo, não só a ser alunos mas também cidadãos, que irão ser pais no futuro e representar a próxima sociedade.
Entrámos no 7º ano a querer ir para o secundário, para sermos como os meninos grandes que tinham só aulas de manhã e eram muito giros e respeitados e entrámos no secundário com a ambição de o acabar rapidamente para rumar à faculdade. O futuro é incerto, provavelmente irei para outra cidade, onde irei começar uma nova vida, eu e a maioria dos outros 50 alunos do 12º ano.
A faculdade aponta para um futuro risonho, da Abade recordarei os 6 anos a subir a escadaria que me dava acesso à escola, os 6 anos a pedir as mistas quentinhas no bar, no intervalo das 10, os 6 anos que ouvi “não comam nos corredores meninos”, as amizades e as boas pessoas com quem me cruzei. O percurso escolar nesta escola será sempre recordado, então, com nostalgia mas também como o início de algo em que depositamos tantas esperanças.

Adriana Nascimento

 

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