A A A

A pandemia trouxe várias alterações na forma como as pessoas constroem as suas relações interpessoais, sendo uma delas  o aumento do uso das redes sociais como forma de comunicação. 

 

As redes sociais foram cruciais durante o período de distanciamento, apresentando-se como uma das poucas formas seguras de ter contacto com outras pessoas. Foi assim que se fez o contacto com os familiares, e foi assim que ocorreu a maioria da partilha das experiências durante esta altura. Noutras situações, as redes sociais foram mesmo o único meio para falar com algumas pessoas. Tendo em conta que os idosos são a população de maior risco, os lares tiveram de ter cuidados redobrados, pelo que as visitas pessoais se tornaram impossíveis. Assim, a única forma de ter novidades dos residentes deste tipo de instituições, foi através deste tipo de comunicação. 

Por outro lado ainda, a comunicação social mostrou-se ainda relevante no que toca à partilha de informação, que estava em constante atualização, sobre situação do país, a propagação do vírus e das medidas que estavam a ser implementadas.  

Este incremento não ocorreu só a nível pessoal, mas também as organizações, os grupos de pessoas ou indivíduos recorreram às redes sociais para espalhar notícias ou apelar ao apoio de certas causas.  

Um dos grandes exemplos, que teve mais impacto durante a época de confinamento, foi o movimento “Black Lives Matter” (BLM). Este movimento teve o objetivo de chamar a atenção para as diferenças que existem entre as pessoas privilegiadas (maioritariamente caucasianas) e aqueles cujos direitos não são respeitados. A necessidade deste movimento revolucionário surgiu quando se observaram várias situações de injustiça com as pessoas de cor, incluindo a violência policial, dando principal destaque à morte do George Floyd. Esta situação chamou a atenção de milhares de pessoas à volta do mundo, tal como celebridades que se juntaram ao movimento, apoiando-o mesmo com meios monetárias e ajudando a fomentar a causa. O movimento levou a uma série de protestos, alguns até violentos, que levaram ao descrédito da causa. No entanto, as redes sociais também foram cruciais para o apoio desse movimento. A  “blackout Tuesday”, foi uma forma de protesto, contra as injustiças cometidas contra as pessoas negras, ficou para a história como uma das maiores revoluções nos “media”. Aderiram milhares de pessoas e as redes sociais não seguiram o seu rumo normal. 

   Desde então, seguindo o exemplo do BLM, várias causas têm sido divulgadas nas redes sociais, maioritariamente causas humanitárias. Entre estas encontram-se: a divulgação dos campos de concentração de muçulmanos (Uyghurs) na China; a ditadura militar que foi implantada na Tailândia há 6 anos; a legislação que o governo da Indonésia tem vindo a publicar que desrespeita os direitos humanos, e mesmo a falta de legislação que o país tem no que diz respeito aos abusos sexuais, que não podem ser punidos, porque tecnicamente não são ilegais.  

Assim, as redes sociais não têm sido utilizadas para divulgar apenas as informações, mas também para orientar as pessoas para aquilo que se pode fazer, divulgando petições e partilhando os factos, de forma a que estes possam chegar ao máximo de pessoas possíveis, e as autoridades competentes não os possam ignorar.  

Concluindo, reforço que as redes sociais foram palco de muita da comunicação diferente que teve de ocorrer durante o confinamento, mas aparentemente, algumas dessas alterações vieram para ficar. 

 

Petições: 

 

https://www.freedomunited.org/advocate/free-uyghurs/ (Acabar com os campos de concentração de muçulmanos)

 

Moodle Appliance - Powered by Solemp