Em tempos difíceis, nos quais temos de nos confrontar com crises sanitárias, económicas e pessoais, a força de espírito e a resiliência são armas de valor incalculável para enfrentar e superar todas as vicissitudes.
Em tempos como estes em que vivemos hoje em dia, é imperativo que, observando o porvir como algo incerto, indefinido e indeterminável, utilizemos as nossas capacidades intrínsecas de sobrevivência e adotemos uma calma estoica, de modo a superar todos os revés que o presente nos impõe e o futuro nos reserva.
Assim sendo, recordo um dos mais famosos aforismos da literatura e da filosofia, dito por Friedrich Nietzsche no seu livro “Crepúsculo dos Ídolos”: “O que não nos mata torna-nos mais forte”, que, perante a situação atual, pode ser utilizado no seu sentido literal. Com efeito, esta frase remete para a necessidade de nós, como espécie humana, como seres racionais que somos, não nos deixarmos ir abaixo, mantendo-nos positivos e resilientes, pois são momentos como estes que nos prepararão para a incógnita que o futuro.
Por sua vez, apesar de globalmente estarmos unidos na luta contra um vírus que já causou a morte de muitos milhares de pessoas, individualmente, cada ser humano acaba por ter que enfrentar as suas próprias batalhas pessoais, sejam elas psicológicas ou económicas, que com ou sem pandemia seriam uma constante na vida de cada um. Como tal, é mais uma vez a força de espírito, a vontade de superação, o desejo de acordar todos os dias com uma boa saúde e sem qualquer preocupação ou crise, que o Homem irá ultrapassar todos estes obstáculos e vicissitudes, necessários para que o mesmo possa atingir a sua configuração final: o “Ubermënsh”, aquele que acredita no "amor fati", ou seja, no amor do destino, uma aceitação estoica do futuro e um compromisso de abraçar a realidade, em toda a sua beleza e dor. Ora, pois este passo evolutivo do ser humano possuirá uma resiliência acentuada, permitindo-lhe resistir a qualquer tipo de adversidade imposta.
Em suma, o que acaba por ser determinante na presença de impasses, contrariedades ou atribulações que afetam disforicamente a nossa vida é a essência do ser humano, mais especificamente a sua capacidade de enfrentar estes problemas com todo o seu arsenal disponível, ou seja, aquelas idiossincrasias intrínsecas que em alturas de aperto mostram-se extremamente úteis como a capacidade de superação.