Em tempos difíceis, por vezes temos de nos confrontar com crises sanitárias, económicas e pessoais, porém a força de espírito e a resiliência são armas de valor incalculável para enfrentar e superar todas as vicissitudes.
Assim, a covid-19, nome atribuído pela Organização Mundial da Saúde à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeção respiratória como a pneumonia, é um exemplo de uma crise sanitária. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países. Nesse sentido, notou-se uma união por parte das pessoas, pois estas ajudaram os mais velhos a irem às compras devido a estes pertencerem a um grupo de risco. No entanto, a população juntou-se no isolamento, a partir das varandas, janelas e telhados. Como a covid-19 se espalhou pelo mundo, muitos países impuseram quarentena obrigatória aos seus cidadãos. Deste modo, muitas pessoas descobriram-se e criaram laços com os seus vizinhos. Entre canções, guitarradas, usando até utensílios de cozinha, a música embalou bairros pelo planeta, por entre amizades, romances, exercício físico e orações.
Por outro lado, se olharmos para o passado, constatamos que em 1918 houve uma gripe espanhola, também conhecida como gripe de 1918, que foi uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infetou quinhentos milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Muitas famílias estavam aterrorizadas para sequer pensarem em luto, e cidades inteiras encontravam-se paralisadas de medo. Por conseguinte, foram tomadas algumas medidas: a lavagem das ruas, a desinfeção de passageiros, bagagens, mercadorias e carruagens ferroviárias e o isolamento dos doentes infetados. Ainda há memória da “vacina natural”, defendida pelo médico, investigador e higienista do Porto, Ricardo Jorge, aquando da pandemia de 1918, que salvou centenas de pessoas. Os indivíduos passeavam para receber ar puro e criar defesas, mas respeitando sempre o distanciamento social.
Em suma, em momentos duros das nossas vidas precisamos de enfrentar crises sanitárias, económicas e pessoais, mas a força de espírito e a resiliência são essenciais para encarar e ultrapassar todas as vicissitudes.