Vestidos de branco (a maioria) e com tanta vontade de pôr “mãos à obra” que acordaram cedo num domingo, os jovens de Bragança que aderiram a este movimento encontraram-se à frente do Teatro Municipal, às dez da manhã, para libertar as ruas que pisamos todos os dias e que se encontram sufocadas de lixo, tendo recolhido a espantosa e, ao mesmo tempo, inquietante quantia de 1000 litros de lixo e 32 litros de beatas.
Cumprindo a minha função de jornalista amador e, também, de rebelde eco guerreiro sempre que posso, fui lá tirar umas fotos e dar uma mãozinha.
O ponto de encontro era, como já referi, nas escadas do teatro, municipal, tendo sido distribuidas luvas, sacos, garrafas e cumprimentos. Eram cerca de 20 alunos sobretudo do ensino secundário dos Agrupamentos de Escolas Abade de Baçal, Emídio Garcia e alguns do Instituto Politécnico de Bragança.
Depois de organizados e armados até aos dentes com material de limpeza, começámos a limpar, divididos em dois grupos. O grupo a que eu pertencia começou pelos arredores do teatro. Após termos enchido vários sacos com papéis, vidros e plásticos, começado a acumular beatas de cigarro e encontrado uma bola de vólei e um sapato do pé esquerdo, fomos reciclando o material e avançando pela avenida Sá Carneiro. Depois de deixar tudo muito limpinho (ou pelo menos, menos sujo, uma vez que é quase impossível limpar todo o lixo que os meus compatriotas brigantinos deitam para o chão), dirigimo-nos para o Pólis onde repetimos o processo. As beatas foram-se acumulando.
Após o almoço perdemos, inevitavelmente, alguns trabalhadores, mas ganhámos outros à medida que a tarde avançava. Limpamos a zona do Pólis, passámos pelo Liceu e acabámos na estação. No primeiro e no último andámos muito tempo agachados a apanhar restos de nicotina alaranjados para enfiar nos garrafões.
Em conclusão, esta iniciativa criada por Inês Durão, uma jovem de 19 anos da Figueira da Foz, que ocorreu em todo o país, embora com pouca adesão na nossa localidade, permitiu dar a conhecer um lado menos ecológico da nossa sociedade. Para além disto, deu a todos os intervenientes a possibilidade de terem uma participação mais ativa na manutenção do sítio em que vivem e de ficarem mais alerta para as questões ambientais.