Palavras que marcam

     
Nuno Camarneiro,  "No meu peito não cabem pássaros"
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É habitual lembrarmo-nos de personagens famosas da banda desenhada e dos filmes de animação. Nomes como Super-homem Homem-Aranha, Tintim, Ric Hochet e Geronimo Stilton são algumas dessas personagens. Mas, o que têm elas em comum para surgirem juntas e o que as trouxe a esta edição especial do jornal “Outra Presença”? O jornalismo é a profissão que as une e justifica a sua presença na edição comemorativa dos 25 anos do Outra Presença.

Apesar da proliferação de fontes de informação, os jornais mantêm-se detentores de grande importância, apresentando-se aquando do nascimento dessas personagens como o único meio de comunicação social, tendo um papel fundamental na sociedade: informar.
O Homem-Aranha é o super-herói com maior sucesso da Marvel Comics. Foi criado por um dos mais bem-sucedidos pares de criadores modernos de histórias de banda desenhada, Stan Lee e Steve Ditko. Este foi lançado na década de 1960, onde os heróis seguiam um padrão uniforme de rigidez moral e de retidão. É recordado como um dos mais prestigiados heróis, sendo adorado por pessoas de todas as idades, que o consideram como um dos mais importantes e populares super-heróis das histórias de banda desenhada, séries animadas, filmes e jogos. Contudo, se recordarmos Peter Parker, que é o “humano” que faz de Homem-Aranha, estabelecemos uma ligação com os jornais: era o fotógrafo/jornalista do jornal Clarim Diário da cidade de Nova Iorque que se encarregava de tirar fotos e escrever artigos sobre o próprio Homem-Aranha.
Apesar da verdadeira profissão de Peter Parker ser jornalista, este não é reconhecido pelo que faz na sua profissão; na realidade, este usa-a apenas com uma forma de esconder a sua identidade secreta de super-herói. A escolha da personagem de jornalista surge, então, como uma justificação credível às constantes deslocações de Peter Parker para os locais onde tudo acontece, bem como para aceder à informação com maior facilidade.
A primeira vez que o Homem-Aranha foi adaptado ao cinema ocorreu no ano de 1973, em que, dado o baixo orçamento e a inexistência de uma licença da Marvel, foi apresentado como um vilão. Atualmente, existe uma trilogia e uma tetralogia do Homem-Aranha. A trilogia foi lançada entre os anos de 2002 e 2007, dirigida por Sam Raimi e protagonizada por Tobey Maguire. Esta é constituída pelos filmes “Homem-Aranha”, “Homem-Aranha 2” e “Homem-Aranha 3”.
No ano de 2012, foi divulgado o lançamento de uma tetralogia do herói, com Andrew Garfield no papel de Peter Parker. Esta já é constituída por dois filmes, nomeadamente “O Espetacular Homem-Aranha” e “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, e para os restantes ainda não existe uma data de lançamento.
Dada a vasta popularidade do herói de azul e vermelho, em 2002 foi adaptado ao Teatro nos Estados Unidos, onde se combinam efeitos visuais de última geração, ilusões de ótica, acrobacias, malabarismo em trapézios, pirotecnia e multimédia de maneira a assemelhar o descrito nas bandas desenhadas à vida real.
Outro herói de sucesso idêntico é o Super-Homem, criado por Jerry Siegel and Joe Shuster, que nasceu no fictício planeta Kripton e foi enviado para a Terra, num foguete, pelo seu pai, um cientista, antes desse planeta explodir. Aterrou em Smallville e foi encontrado por um casal Jonathan e Martha Kent. Por isso adotará o nome de Clark Kent. É este que usa enquanto repórter do jornal “Daily Planet”, onde está quando não se encontra em missões mais arriscadas, já que, com o crescimento, apercebeu-se de que tinha habilidades diferentes dos humanos. Também neste caso, a profissão é um adorno para esconder a sua verdadeira atividade.
Surgiu na banda desenhada, em 1938, nos Estados Unidos, mas foi também adaptado ao cinema com grande sucesso, sendo interpretado por George Reeves e Christopher Reeve.
Tintim, herói belga, é o protagonista da série de ficção de banda desenhada conhecida como “As aventuras de Tintim (“Les aventures de Tintin”) criada pelo quadrinista belga Hergé a 10 de janeiro de 1929 no Le Petit Vingtième, um suplemento do jornal Le Vingtième Siècle destinado ao público infantil. “As aventuras de Tintim” eram publicadas semanalmente e no final de cada história eram reunidas em livros, existindo 24 no total, chegando a ganhar uma revista própria de grande tiragem denominada “Le journal de Tintin”.
Tintim é um jovem repórter de espírito aventureiro e curioso, constantemente envolvido em casos de investigação criminosa ou de conspirações políticas, acompanhado nas suas investigações pelo seu fiel amigo Milu, um cão fox-terrier de pelo branco.
À semelhança dos anteriores, também Tintim ganhou a admiração e o respeito dos leitores e espetadores da sua banda desenhada “As aventuras de Tintim”, não pela sua verdadeira profissão, mas sim pelas aventuras com que se relacionava. Tintim é, na realidade, conhecido como “o repórter que nunca escreveu uma linha”, apesar de se poder afirmar que, ao longo de todas as suas aventuras, ele escreveu uma só reportagem, no livro Tintim No País dos Sovietes. A sua profissão de repórter é utilizada como um artifício para apresentar a personagem numa série de aventuras ambientadas em períodos contemporâneos àquele em que ele estava a trabalhar.
Outro famoso herói que também se relaciona com os heróis citados anteriormente é Ric Hochet, criado em 1955 por Tibet e André-Paul Duchâteau.
Hochet é um herói famoso dos tempos modernos, elegante, forte, inteligente e corajoso, que realiza as suas aventuras no seu país de origem, a França. Este é jornalista de profissão, trabalhando na redação do jornal diário “La Rafale”, em Paris, sendo comparado por muitos ao famoso detetive Sherlock Holmes.
Ric Hochet, sempre que as circunstâncias assim o determinavam, vestia a pele de detetive, envolvendo-se nos mais enigmáticos casos, vivendo as mais perigosas aventuras, fazendo-se acompanhar muitas vezes pelos seus amigos Comissário Bourdon e o Inspetor Ledru. Tal como para os restantes heróis, a profissão de jornalista é utilizada como meio de a personagem se envolver nos mais emblemáticos mistérios.
Mas o jornalismo na banda desenhada também se escreve no feminino: Jeannette Pointu, criada por Wasterlain em 1985, é essa figura. É uma repórter jornalista, que devido ao seu trabalho conduz os leitores até variadíssimas e diferentes partes do mundo, os dando-lhes a conhecer os problemas aí existentes. É, por isso, uma banda desenhada com bastante realismo.
Abordando agora uma classe mais jovem, recordamos o famoso Geronimo Stilton, o diretor do Eco dos Roedores, o jornal mais famoso da Ilha dos Ratos. A esta profissão associa as de detetive e aventureiro, na companhia de alguns amigos. Ao contrário dos famosos aventureiros, Geronimo apresenta-se como sendo medricas, mas com um grande coração, afirmando que embarca nas aventuras contra a sua própria vontade.
Assim, é através destas figuras que a redação de jornais ganha alguma visibilidade, evidenciando a importância destes instrumentos na sociedade ao longo do tempo.

 

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