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Com um nome invulgar, Capicua esteve na sala do Teatro Municipal Bragança ,no dia 12 de Fevereiro na rubrica “Noites Frias Vozes Quentes”, a apresentar o seu novo disco “Sereia Louca”.

 

Com a sala quase esgotada, Capicua e a sua música de intervenção levaram o público a saltar, dançar e a cantar ao som dos temas como “Vayorken” e “Maria Rapaz”. O espetáculo foi acompanhado de cor e de desenhos projetados numa tela e produzidos directamente no palco.
Capicua é Ana Matos Fernandes, natural do Porto. Com 15 anos, descobriu o Hip Hop, primeiro pelos desenhos nas paredes, depois pelas rimas em cassetes, até chegar aos microfones. Estudou sociologia e fez um doutoramento em Barcelona.
Ana Matos é Rapper militante desde 2004 e regista já dois EP’s em grupo, duas “Mixtapes” em nome próprio e dois discos editados
O seu novo disco “Sereia louca”, ou como a cantora o intitula “Serei a louca”, saiu em Março de 2014 e apresenta-se como um disco Rap que nos diz coisas estranhas, que foge mao senso comum, e que ,à semelhança das sereias tem duas metades diferentes.
Este retrata a figura da mulher como protagonista das suas próprias histórias, autêntica e múltipla, em vez da típica figura imaginada que é comum neste tipo de músicas. É um disco que demonstra todo o processo de emancipação da mulher.
A cantora aborda o universo feminino e a angústia de querermos ser o que desejamos e não o que fomos feitos para ser. Apresenta, assim, dois lados: um emocional e outro mais sombrio.
Capicua é uma das poucas mulheres que sobressai no rap português e afirma que “eu gosto é de escrever e não estou a pensar se as pessoas vão gostar” e é talvez por isso que se destaca, pelas mensagens que transmite e que retratam os dias de hoje.
Assim, Capicua conseguiu impor-se e destruir os preconceitos associados ao hip-hop e à musica Rap não só por ser mulher como pela forma como através das suas letras estabelece uma ligação com públicos de várias idades.

 

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