“Trovas e canções”,da autoria de Paula Carvalho e Paulo Mira Coelho, esteve presente no dia 8 de Abril na sala do Teatro Municipal de Bragança, apresentando uma harmoniosa confluência de teatro, música e poesia.
Trata-se de um espetáculo que coaduna três procriações de atores que cercam a entidade, Ruy de Carvalho, ao longo do qual são recordados nomes como José Luís Gordo, Zeca Afonso, Florbela Espanca , Gil Vicente, Fernando Pessoa e Manuel Alegre, sendo que tudo se prolonga numa aura de intimismo com os espetadores.
Ao longo da peça foram ainda homenageados três grandes nomes da nossa literatura, Gil Vicente, com o “Monólogo do Vaqueiro”, interpretado por Ruy de Carvalho, Camões, pela voz de Henrique de Carvalho, e Bocage, por João de Carvalho. Com efeito, os textos foram cantados por todas as vozes da família Carvalho, bem como por Ana Marta, Prémio Amália Revelação 2011, com acompanhamento à viola clássica e à guitarra portuguesa, a cargo dos professores Diogo Tavares e Ricardo Gama.
O público acompanhou vivamente os temas cantados e citados , de um modo invejável dada a complexidade estabelecidas entre ambas as componentes. As trovas alinharam-se às canções , de modo que dentro do auditório os atores trocaram de posições com os espectadores , tornando o ar preenchido por palavras sábias que exprimiam diversos significados deixando o público perplexo e ansioso.
Todo o conjunto mostrou ser uma família unida por laços muito fortes, renovados com cada passo dado em conjunto. Todos apreciaram a maneira como representam mestres de música e vozes invejáveis que serviram as mais famosas canções portuguesas do último século.
Durante cerca de uma hora e meia, os seis atores recitaram e cantaram os mais conhecidos poetas do século XX. Como um dos atores referiu, “A beleza deste projecto não está na audácia de criar, mas sim no prazer de oferecer, humildemente, aquilo que a nossa cultura tem de mais sublime... O mundo mágico da imaginação!”
Ruy de Carvalho liga-se a Portugal e ao seu património musical, partilhando em público e na presença da sua família a força da língua portuguesa, dedicando o espectáculo inteiro ao património cultural do país.