Se, porventura, tivéssemos alguma dúvida, esta depressa se teria dissipado. As Jornadas Mundiais da Juventude foram um êxito, um sucesso à escala global, um momento ímpar, vivido por um milhão e meio de jovens de todas as nacionalidades, que levou Portugal aos vários cantos do mundo.

Somos ótimos anfitriões, sabemos receber com perfeição, somos dotados de um sentimento contagiante que oscila entre a generosidade e a alegria. Como referiu o Santo Padre, semeamos raízes de alegria e, tal como na Igreja, as portas do nosso país abriram-se a todos, sem exceção. Este evento, tão especial e tão único, perdurará para sempre na nossa memória como uma chama acesa que jamais se apagará.

Depois de uma receção algo original, caricata e “bastante movimentada” ao Santo Padre por parte do nosso Presidente da República, seguiram-se as mensagens revestidas de amor a todos, para todos, mais uma vez, sem exceção.
Este representante de Deus na terra dos homens deixou palavras belas e, sobretudo, de esperança e de força. Aprendemos uns com os outros, dizia ele, e nós sabemos quão verdadeira é esta premissa. E continuava enquanto as lágrimas dos milhares de fiéis corriam pelas suas faces. E continuava ainda enfatizando “nunca deixar pelo caminho aquele que caiu”. Temos o dever moral de o levantar do chão, de lhe dar a mão. E naquela multidão, a perder de vista, exalava-se o doce aroma da fé e a imagem de Jesus a rezar por todos nós. Sem pedir nada em troca, porque o seu amor é único e incondicional.

Nós, cristãos, ateus, agnósticos e pecadores ficámos com o coração cheio porque o caminho faz-se, afastando as ervas daninhas e fortalecendo o próximo como gotas de orvalho caindo sob uma flor.