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A vida em sociedade é parte integrante do desenvolvimento do ser humano. Contudo, é importante que a socialização assente no respeito pelos direitos humanos, com vista à construção de sociedades mais dignas e solidárias.

Em primeiro lugar, importa garantir o acesso àquele que e o direito basilar de qualquer sociedade: a liberdade. O homem tem o direito do confraternizar livremente, partilhar ideias e opiniões, experiências e momentos, os quais permitem que este se torne um ser mais completo e rico. A Declaração Universal dos Direitos Humanos contempla, inclusivamente, no décimo nono artigo, que “todo o individuo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito do não ser inquietado pelas suas opiniões, devendo procurar receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”. De facto, partindo da ideia de que o homem é o responsável pelo avanço do mundo, se este for reprimido, as sociedades também permanecerão estagnadas e adormecidas, assistindo passivamente à passagem do tempo.
Consideremos o exemplo do estado sírio, no qual, há menos de um ano, foi promulgada uma lei que prevê a prisão, durante seis meses, de todos aqueles cuja informação divulgada “afete o prestígio do estado”. Desta forma, na Síria, ninguém poderá expor livremente a sua opinião contra o clima bélico vivenciado no país, dado que tal ponto de vista é “pouco patriótico”. Que consequências se adivinham? A continuidade de um ambiente de insegurança é conflituoso no país, com clara violação dos direitos humanos. Do mesmo modo, em Portugal, durante mais de quatro décadas, vigorou um regime ditatorial, o Estado Novo, baseado na censura, medo e opressão. Este negro período da nossa história, para além do ter forçado milhares de cidadãos a emigrarem para o estrangeiro, ficou marcado pelo acesso limitado à educação, pelo agravamento das desigualdades, e atraso de Portugal relativamente aos outros países da Europa.
Em segundo lugar, é fulcral salientar a importância do direito à educação, que é condição essencial para que os adultos do futuro consigam erguer uma sociedade mais justa e igualitária. Desvalorizar a educação é, consequentemente, um sinal evidente de descrença no futuro, dado que, ao descurar-se este direito, os restantes estarão, também, em risco. Veja-se, por exemplo, o caso da Somália, onde, apenas, trinta e sete por cento da população é alfabetizada. Neste país, à semelhança de outros no continente africano, a crise e a fome são constantes, a guerra arrasta-se desde mil novecentos e noventa e um, sem fim à vista, tal como a precariedade dos cuidados de saúde, que continuam a ser uma realidade. Será que o incremento do acesso à educação não melhoraria este triste panorama, permitindo a construção de uma sociedade com mais dignidade? Certamente que sim.
Concluindo, a construção de sociedades mais coesas, igualitárias e altruístas pressupõe o cumprimento integral dos princípios veiculados na Declaração das Nações Unidas. A valorização e o respeito pelos direitos humanos são a chave para o desenvolvimento e a força motriz para o progresso, sendo eles os alicerces para a edificação de um mundo melhor.

 

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