Atualmente, a pressão e exigência que a sociedade exerce, quer sobre os jovens, quer sobre os adultos, leva a que estes vejam as suas vidas cada vez mais ocupadas, o que pode comprometer as relações familiares. Contudo, apesar desta mudança de paradigma, constatamos que o diálogo continua a ter um papel insubstituível na união entre pais e filhos.
Em primeiro lugar, manter um espaço aberto ao diálogo aumenta a aproximação, reforça a cumplicidade, o respeito e a confiança entre os intervenientes. Cada conversa desencadeada no seio familiar torna-se um momento de partilha de inquietações e receios, mas também de alegrias e sucessos vivenciados pelos jovens. Imagine-se, por exemplo, o caso de um adolescente, cujos pais estão permanentemente ocupados com a vida profissional, horários desajustados e rotinas em constante mudança. Será o jovem saudável, do ponto de vista emocional? Certamente que não. Se, na escola, este for vítima de insultos e agressões por parte dos colegas, continuá-lo-á a ser, visto que manterá o silêncio, não expondo aos pais o difícil momento que atravessa e, consequentemente, viverá preso a estas inquietações.
Em segundo lugar, importa não esquecer que a vida decorre com um carácter cíclico. Logo, a vivência, na atualidade, de uma relação saudável, aberta e baseada no diálogo entre os jovens e os seus progenitores contribui para que os primeiros, posteriormente, possam viver a parentalidade de forma mais consciente. Veja-se, por exemplo, um estudo publicado, em dois mil e dezasseis, no Japão, no qual foram avaliados os efeitos da proximidade parental no sucesso de crianças e jovens durante a vida adulta. Esta investigação permitiu concluir que “as crianças que tiveram pais atenciosos tornaram-se adultos mais felizes, construtores de famílias estáveis e bem sucedidos, a nível profissional”. Pelo contrário, aqueles que receberam, por parte dos pais, menos atenção e acompanhamento viveram, durante a fase adulta, com maiores níveis de insegurança e inquietação.
Desta forma, pode concluir-se que o diálogo entre pais e filhos, mais do que contribuir para o fortalecimento da relação entre ambos e a criação de vínculos afetivos, garante o desenvolvimento integral dos jovens, ajudando-os a traçar as linhas da sua personalidade e tornando-os, por sua vez, adultos capacitados para abraçar o futuro e enfrentar os desafios da vida.
