Todos nós “Somos livros”, com uma encadernação de capas únicas e inéditas, cujas folhas estão repletas de histórias, de experiências, de aprendizagens e de conhecimentos que moldam a nossa personalidade, a nossa forma de pensar e de agir. Tal como as páginas de um livro, as nossas vidas vão sendo preenchidas com letras, palavras e parágrafos, construindo uma narrativa tão exclusiva tal como as impressões digitais que nos identificam e caracterizam.
Assim como os livros, carregamos em nós uma variedade de géneros e de temas. Alguns são como livros de aventuras, repletos de momentos emocionantes e de novos desafios que vão sendo enfrentados e ultrapassados. Outros são mais parecidos com o romance, com as suas histórias de amor e com os sentimentos vivenciados na sua relação com os outros. Há, também, aqueles que se comparam a livros de poesia, cujas páginas, de uma forma muito subjetiva, deixam transparecer toda a sua beleza e emoção. E, ainda, existem os que se parecem com uma obra dramática, que procuram vivenciar a sua condição humana através da representação de situações e conflitos, utilizando a encenação como principal meio de comunicação.
Porém, este “livro”, tal como qualquer outro, vai envelhecendo, uma vez que as “nossas páginas” também são suscetíveis à passagem do tempo, pelas experiências realizadas e por todos aqueles que nos marcaram ao longo do nosso percurso de vida. Por isso, cada página que viramos representa um novo capítulo da nossa vida, com as suas vitórias e os seus fracassos.
Assim como os livros, também nós estamos numa constante atualização, passando por revisões e novas edições. Aprendemos com os nossos próprios erros e, por isso, vezes sem conta, somos conduzidos a reescrever e a adaptar esse capítulo às exigências das circunstâncias. Contudo, não deixa de ser curioso porque, às vezes, quando os outros nos leem, eles até encontram inspiração nas nossas páginas, conforto ou até mesmo algumas semelhanças com a sua própria vida.
Concluindo, para que possamos honrar esta metáfora, devemos valorizar não apenas a nossa própria história como também a dos outros, porque, assim como qualquer livro, cada um de nós é uma obra-prima em constante aprimoramento. Por conseguinte, as histórias não se constroem para ficarem “fechadas”, mas antes para serem partilhadas, pois, dessa forma, iremos enriquecer-nos mútua e culturalmente. Como tal, todas elas merecem ser respeitadas e dignificadas por aqueles que, deleitosamente, nos leem, interpretam e analisam! De facto, cada dia, nas nossas vidas, é uma constante aprendizagem que nos transforma. Nesta perspetiva, devemos ter sempre presente que o desenlace está nas nossas mãos, podendo, pois, vir a ser transformado num final feliz!