O portal das Bibliotecas de Bragança foi apresentando durante o I Encontro da Rede de Bibliotecas de Bragança, que decorreu nos dias 8 e 9 de Março e que juntou cerca de 200 participantes.
Este portal será um suporte de pesquisa e divulgação a distância, que promoverá a partilha e a aquisição de conhecimento, e um espaço virtual onde estará disponível o acervo de todas as bibliotecas integradas no projeto “Rede de Bibliotecas de Bragança”, cujo protocolo foi assinado pelos representantes das instituições que o integram.
Subordinado ao tema “Leituras em Rede: Inovação, Acesso e Inclusão Social” o encontro, que resultou da organização conjunta das Bibliotecas e da Câmara Municipal de Bragança
A primeira comunicação honrou-nos com as palavras da Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares, Teresa Calçada, que mostrou a importância da leitura enquanto promotora da integração plena dos jovens na sociedade e, não sendo a leitura uma faculdade inata, salientou a necessidade de as bibliotecas investirem na formação de leitores proficientes, acompanhando a evolução tecnológica que apresenta os livros em diversos suportes.
Esta evolução nos suportes e hábitos de leitura foi tema de outras reflexões que conduziram a uma viagem até à infância/juventude e aos livros na altura eram lidos (“Na encruzilhada dos livros e dos leitores”) e à constatação de que, apesar dos livros serem outros, muitas são as linhas que os unem; que alertaram para a emergência de novos tipos de literacia associados à leitura e para os novos textos que os “média” oferecem e que exigem novas formas de abordagem da leitura e da escrita, às quais estão ligadas as ferramentas que a tecnologia tem criado e que estão disponíveis online, democratizando o acesso a elas e impulsionando o aluno a evoluir de recetor a criador dos seus próprios conteúdos e conhecimentos (“Narrativas transmedia e formação de leitores”); que abriram as portas da web 3.0, depois de uma incursão pelas bibliotecas da web 1.0 e web 2.0, aliciando com a possibilidade de um assistente na web ao qual pudéssemos colocar as questões e cujas respostas apresentassem já a informação credível e essencial, mas salientando a necessária formação ao nível da literacia da informação e a importância dos metadados e de uma correta indexação de todos os ficheiros que são disponibilizados em linha (“Rumo à Biblioteca 3.0: tecnologias, mitos, tendências”); que mostraram como as redes sociais se podem transformar em espaços que potenciam uma leitura social pela partilha, pela integração num grupo com hábitos e gostos de leitura semelhantes, pelas sugestões que o perfil de leitor suscita (“As redes sociais e a leitura social: livros, autores, editoras, histórias e amigos”), nessa comunidade em que os amigos são leitores e os “gosto” se direcionam para livros ou comentários a propósito dos mesmos.
Mas nem todos os formatos da leitura são novos, há, outros, antigos, que merecem ser lidos e reinventados em forte relação com o texto que suportam ou os suportam. São as imagens, cuja leitura e riqueza metafórica surgiram neste encontro através de um livro infantil, A fábrica das palavras, que mostraram a necessidade de ensinar os alunos a ler essas imagens e não as evitar, porque o olhar inevitavelmente é atraído para elas, o que exige o desenvolvimento de estratégias de leitura de textos multimodais (“Os textos que a leitura dá a ver”).
A preocupação com a formação de leitores proficientes, capazes, portanto, de pesquisar, selecionar, processar e produzir informação e conhecimento, e com a inclusão de todos neste universo foi evidente nos projetos que foram apresentados, como, por exemplo, os jornais escolares, uma revista júnior de investigação, Era uma vez… uma imagem e outras histórias, a Bibliomóvel, Ciência em linha, Um toque no futuro.
Uma biblioteca plural congrega elementos materiais e humanos capazes de criar oportunidades que permitam ao aluno ser ativo, crítico e consciente e, consequentemente, compreender e encontrar autonomamente forma de resolver os desafios que a sociedade lhe coloca. Desta sua capacidade depende a concretização dos objetivos a que se propõe. Mas estes dependem, também, da capacidade de os agentes educativos se integrarem neste novo paradigma e proporem aos seus alunos oportunidades enriquecedoras de aprendizagem. Pode a escola negar esta oportunidade aos seus alunos?