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De entre a oferta formativa oferecida pelo Agrupamento de Escolas Abade Baçal, uma delas é o curso de Educação e Formação de Adultos (EFA). Estes cursos, destinados a alunos maiores de 18 anos funcionaram no Agrupamento durante o período de funcionamento do então CNO e extinguiram-se com este, salvo erro, no ano de 2011 ou 2012.

Só em 2015 o curso EFA volta a funcionar no Agrupamento patrocinado pelo Centro Qualifica, à data ainda designado de CQEP - Centro Para a Qualificação e o Ensino Profissional.

Entre o primeiro período (aproximadamente 2007 a 2011) e o segundo (2015 até ao momento presente), as características dos adultos que procuram esta oferta formativa alterou-se significativamente. No primeiro caso, os adultos possuíam, em média, idades superiores a 30 anos, desempenhavam uma atividade profissional e procuravam melhorar a sua qualificação com o objectivo de facilitar a sua progressão profissional. Às vezes por necessidade de satisfazer as exigências de concursos que lhe poderiam abrir as portas de um futuro emprego, nomeadamente nas forças paramilitares e noutros casos, muito menos, faziam-no para satisfação pessoal e melhoria da sua própria autoestima.

 No segundo período, o perfil dos adultos alterou-se significativamente. A idade média é de 19/20 anos e a quase totalidade é proveniente dos cursos regulares diurnos. Ingressam no curso EFA como a única alternativa de conclusão do ensino secundário, uma vez que não conseguiram a aprovação numa qualquer disciplina.

Os cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) são um percurso flexível, de duração variável, especificamente dirigido a adultos, (18 ou mais anos) que outrora estava muito vocacionado para o desenvolvimento de competências sociais, científicas e profissionais necessárias ao exercício de uma atividade profissional e que, no momento, em particular nos adultos da ESAB, tem sido utilizado como recurso para a obtenção do nível secundário de educação.

Desde o ano letivo de 2015/2016 ao ano letivo de 2022/2023, inscreveram-se no curso EFA 503 adultos. Destes, 291 obtiveram uma certificação total, isto é: concluíam todos os Núcleos Geradores (NG) em falta para concluírem o 12.º ano. Durante esse período foram dados como desistentes 109, o que corresponde a 21,7%.

Verifica-se que, excetuando o ano letivo de 2017/2018, o número de inscritos aumentou desde 2015/16 até ao ano de 2018/2019, ano em que obtivemos o maior número de inscritos,103. A partir desse ano letivo o número de inscrições tem diminuído progressivamente.

As razões do decréscimo do número de inscritos prende-se com a diminuição do número de adultos que necessitam de concluir o nível secundário e o querem fazer por esta via e, por outro lado, devido às alterações legislativas provocadas pela pandemia que dispensou os alunos da realização de alguns exames para conclusão das disciplinas que não funcionam como exames de acesso ao ensino superior. Como é óbvio, a não realização destes exames aumentou a taxa de sucesso no ensino regular, levando à diminuição dos adultos que necessitavam de recorrer ao curso EFA para o concluir.

No mesmo período 2015/2016 a 2022/2023, o número de certificações acompanhou, de grosso modo, o número de inscrições, verificando-se um decréscimo mais acentuado daquelas a partir do ano letivo de 2020/2021.

O decréscimo nas taxas de sucesso está relacionado com a alteração progressiva do perfil dos adultos que têm ingressado no curso ou que nele se mantêm já há algum tempo. Como dissemos, o número dos adultos que, no ano de ingresso no curos EFA, não concluiu o curso regular diurno tem diminuído. Normalmente têm taxas de sucesso elevado. Em contrapartida, vão permanecendo no curso EFA os adultos, com maior taxas de insucesso e que se vão arrastando ao longo dos anos. Estes encontram-se a exercer uma atividade profissional, são mais absentistas, e o número de NG realizados são, em média, em menor número, o que os obriga a frequentar o curso durante dois ou três anos para o concluírem.

O número de desistentes tem vindo a aumentar, particularmente nos dois últimos anos letivos. A maioria pertence ao grupo dos empregados, que não conseguindo conciliar a atividade com a formação acabam por desistir.

Estes adultos têm uma média etária mais elevada do que a maioria mencionada no início do artigo, que se situa, na casa dos 24/25 anos, caracterizam-se por serem adultos que exercendo uma atividade profissional, têm pouca disponibilidade, dedicam pouco do seu tempo à formação e arrastam-se no curso ao longo do tempo, fazendo com que as taxas de sucesso, sejam elas de certificações totais ou parciais venha a diminuir significativamente. Se nos primeiros dois anos letivos as taxas de sucesso estavam acima dos 90%, neste último ano letivo elas estão na ordem dos 50%.

 

 

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