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A Escola Secundária Abade de Baçal participou, mais uma vez, no Parlamento dos Jovens - Secundário, este ano subordinado ao tema “Ensino Público e Privado: que desafios?”.

 O programa Parlamento dos Jovens desenvolveu-se, nesta escola, em articulação com a Biblioteca Escolar, através da qual foi feita a sua divulgação e organizados debates, as eleições e a Sessão Escolar. 

Foi apresentada uma lista candidata, constituída pelos alunos João Gil Afonso Gonçalves (10º C1), Daniel Henrique Pires Estevinho (12º A), Diogo André Martins Asseiro (12º B), Daniela José Antão João (12º C), Telmo David Simões Afonso (12º B), Daniel António Fernandes (12º C), João Rafael Costa Moás Murçós (12º A), João Francisco Silva Lourenço Dias (10º C1), Pedro Filipe Carneiro Venâncio (10º B) e Inês Martins Fernandes (12º D), que debateram o tema e elaboraram um Projeto de Recomendação à Assembleia da República sobre o tema proposto.
Foi também organizado um debate alargado à comunidade educativa, que teve lugar no dia 19 de janeiro, no auditório da escola. Havendo uma só lista, o debate foi apenas com os alunos e professores presentes.
Após as eleições, que tiveram lugar a 21 de janeiro, foi realizada a Sessão Escolar, a 23 de janeiro, na Biblioteca, com a presença da professora coordenadora do projeto, Olinda Oliveira, e de todos os membros da lista, eleitos deputados à Sessão Escolar, para eleger os deputados à Sessão Distrital, tendo sido eleitos como efetivos: João Gil Gonçalves, Daniel Estevinho, Diogo Asseiro e Daniela João; como suplente, foi eleito o deputado Telmo Afonso.
Na Sessão Escolar, foi também eleito candidato à Mesa da Sessão Distrital o aluno Daniel António Fernandes, que participou numa reunião realizada a 4 de março, pelas 14H30, no IPDJ, na qual foi eleito Vice-Presidente da Mesa da Sessão Distrital.
A Sessão Distrital realizou-se em Bragança, no dia 17 de março, no Auditório Paulo Quintela. Teve início com a chamada de todos os deputados, seguida de discursos introdutórios dos convidados: o Deputado da Assembleia da República Adão Silva, a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Bragança, Cristina Figueiredo, e o Diretor da Região Norte do IPDJ, Manuel Barros.
Seguidamente, foi aberto um período de perguntas ao Deputado Adão Silva, no qual foram abordados temas tais como o analfabetismo, as parcerias público-privadas, as taxas de insucesso escolar, o abandono escolar e o processo de ensino no pós-25 de Abril.
Iniciou-se, depois, o debate na generalidade. Foram apresentados os projetos de recomendação das várias escolas e realizada a sessão de perguntas na primeira fase, na qual o projeto da Escola Secundária Abade de Baçal foi o mais abordado, tendo sido interpelada por oito escolas, com o deputado João Gonçalves a responder a todas as questões. Nas rondas seguintes, os projetos mais questionados foram os da Escola Profissional de Ansiães e Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado, de Torre de Moncorvo.
Terminado o debate, seguiu-se a votação no projeto recomendação que serviria de base ao debate na especialidade, donde resultaria o projeto que seguiria para a Sessão Nacional, ocorrendo um empate entre a Escola Secundária Emídio Garcia e a Escola Profissional Prática Universal, tendo a última saído vitoriosa na segunda ronda de votações.
Fez-se a pausa para o almoço, oferecido pela Escola Secundária Miguel Torga, após o qual foi retomada a sessão e iniciado o debate na especialidade, no qual foram organizadas as escolas participantes em dois grupos com o objetivo de editar o projeto de recomendação aprovado, no qual foi substituída uma medida e as outras duas modificadas.
No final, decorreu a votação para a eleição das escolas e do porta-voz que iriam representar o distrito na Sessão Nacional, tendo sido eleitas a Escola Secundária Emídio Garcia e a Escola Secundária de Carrazeda de Ansiães e desta última foi eleito o deputado Vítor Moreira como porta-voz.

Projeto de recomendação

Exposição de Motivos
Nos dias que correm a sociedade portuguesa defronta-se com graves problemas sociais e educativos. Na nossa opinião, não têm solução senão através de uma reestruturação. Esses são problemas que abrangem vários setores da sociedade.
O ensino básico, secundário e universitário, passando pela formação precária e rudimentar de certas profissões tidas como menos qualificadas, até ao “brain drain” de população jovem do país, constituem exemplos paradigmáticos desse flagelo. Esta realidade, perspetivada de um ponto de vista puramente político-económico, poderá ser justificada pela grave crise nacional. A lista A não negligencia essa premissa importante, contudo, pensamos que ainda há muito a fazer de modo a tornar o nosso sistema de ensino mais eficaz, eficiente e competitivo de forma a melhor servir os interesses nacionais bem como os de cada aluno em particular.
O nosso projeto não visa resolver desafios particulares do ensino público ou privado, mas sim um desafio bem mais abrangente - o do nosso sistema de ensino nacional.
As medidas que seguidamente propomos são alicerçadas em sistemas de ensino de vários países que, inquestionavelmente, se demonstram um real êxito. Essas medidas visam valorizar a vontade e capacidade de cada aluno, promovendo, assim, um percurso académico mais justo e abrangente, onde todos possam encontrar o melhor caminho, sem condicionalismos inoportunos como a escolaridade obrigatória.
Medidas Propostas
1.Alteração da forma de avaliação do atual 3º ciclo, onde surgirá um exame final de 9º ano com valor de 25 %, ao qual será adicionada a média de 8º e 9º ano (75%), numa escala de 0 a 20 valores. A nota resultante ditará se o aluno, na conclusão do 9º ano, ingressará na formação profissional ou no ensino secundário. Se o aluno conseguir obter uma nota mínima de 13 valores, poderá optar, livremente, pela entrada na formação profissional ou no ensino secundário; caso, obtenha nota inferior a 13 valores, será direccionado para o ensino profissional, sendo-lhe possível a repetição do exame numa 2ª fase ou uma repetição do ano.
2.Introdução de alterações no ensino profissional, que abarcará a utilização de infra-estruturas próprias, visando uma especialização rigorosa e técnica dos alunos. Esta formação profissional basear-se-ia num modus operandi semanal com dois dias destinados a aulas teóricas e três dias destinados à vertente puramente prática, onde os alunos receberão formação na empresa ou instituição empregadora, com remuneração adequada ao estatuto de aprendiz. No final dos 3 anos de formação, será atribuído ao aluno um certificado profissional de habilitações que permitirá uma entrada competitiva e dignamente remunerada no mercado de trabalho.
3.Modificação, no ensino secundário, dos critérios de acesso ao ensino superior. O aluno, obtendo uma média mínima de 10 valores no decorrer dos três anos, adquirirá um certificado final de secundário. No acesso ao ensino superior, serão modificados os atuais exames nacionais das disciplinas que funcionam como específicas de acesso, passando estes a ter apenas um peso de 30% na nota de cada disciplina. Em contrapartida, cada curso superior terá como requisito um exame de admissão elaborado pela própria instituição, cuja nota terá, na nota de entrada, um peso idêntico ao dos exames em vigor contabilizados como específicas.

 

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