No dia 12 de dezembro de 2014, no âmbito da comemoração do dia mundial da luta contra a SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida), decorreu, no auditório da Escola Secundária Abade Baçal, mais uma das nunca de mais campanhas de sensibilização sobre temáticas bastante atuais relacionadas com a educação sexual.
Os assuntos abordados incidiram sobretudo no uso de contracetivos aquando de relações sexuais e prevenção de gravidezes indesejadas, e sobre um dos maiores flagelos da sociedade, a transmissão de infeções sexualmente transmissíveis, como a SIDA, provocada pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana).
As IST correspondem a infeções sexualmente transmissíveis, desde que um dos parceiros se encontre infetado por um agente patogénico, que desencadeia estas infeções, como vírus, fungos, protozoários e bactérias.
Neste sentido, a turma de 12º A foi dividida em dois grupos de trabalho, sendo o nosso responsável pelo tema “A SIDA”. Decidimos que o nosso trabalho teria um formato diferente, não nos dirigindo à plateia em jeito de palestra nem de teatro, mas como que se de diversos monólogos de testemunhos reais se tratasse. Os protagonistas, um a um, provenientes dos mais diferentes contextos, passaram o testemunho do que era ter de sobreviver todos os dias com algo que, na maioria dos casos, tinha origem na irresponsabilidade, nas más escolhas ou na falta de prevenção do próprio: Maria João, uma jovem homossexual que contraiu a doença através da sua namorada, pela troca de fluidos sexuais; Juliana, jovem e popular, cuja vida era invejada por todos, cai no erro, sob o efeito de álcool, de se envolver sexualmente num “caso de uma noite” com um rapaz que lhe era totalmente desconhecido; Marco, o “Dom Juan” entre os amigos, cujo catastrófico fim das diversas relações amorosas foi pior do que esperava, acabando até mesmo expulso de casa; Verónica, casada e mãe de filhos, é violada e acaba por infetar não só o seu marido, como também a sua filha através da amamentação; Jorge, casado há 25 anos, descobre que a esposa o traíra, da pior maneira, o diagnóstico de uma IST; Mariana, esposa de um cirurgião, acaba doente após este ter sido contaminado durante o seu trabalho; Cristiano, toxicodependente cujo vício incontrolável tem um preço muito maior a pagar.
Após todos estes testemunhos terem chocado de uma forma saudável o público-alvo, concluí com algumas mensagens simples mas fortes, de forma a que todos os presentes assimilassem toda aquela descarga de informação. Uma vez que o HIV não faz qualquer tipo de escolhas, não tem preferência de idades, orientações sexuais, gostos, raças ou posses financeiras, ninguém está livre de ser contaminado, o vírus chega e muda tudo, muda a nossa vida!
Portanto, é preciso já Hoje Investir na Vida! Para quê complicar? Usa preservativo!
Trabalhar no âmbito desta atividade foi de máxima importância para todos os alunos, não pelo facto de estarmos a ser avaliados, mas por sentirmos que tínhamos o dever de treinar as faculdades percetivas dos mais jovens no que toca a decisões que podem mudar uma ou mais vidas, o dever de incutir responsabilidade na geração de amanhã, uma vez que na casa de muitos este tema continua a ser um grande tabu. Estava nas nossas mãos abrir os olhos dos que nos ouviam perante coisas que muitas vezes, talvez em consequência da imaturidade inerente à tenra idade, são ignorados. Nunca esquecendo a velha máxima de que é o conhecimento que dirige a prática.