por Luísa Diz Lopes

O ano escolar nasceu ensombrado pela crise que atravessa o país e que conduziu a um duro golpe nas verbas destinadas à educação e a uma consequente “racionalização de recursos”. Os descrentes convenceram-se de que esta área nobre se subordinava às diretrizes económicas com todos os ganhos e perdas que daí adviessem.

Novas escolas a integrar o Agrupamento, turmas maiores, mais horas de trabalho na escola, salários e progressões congeladas, horários zero, muita insatisfação, insegurança e um grande pessimismo acompanharam a já tradicional azáfama característica do arranque do ano letivo.

Novos rostos, diferentes percursos e procedimentos exigiram um esforço de adaptação nem sempre fácil quando as pessoas se sentem feridas nos seus direitos e tudo lhes parece incompreensível. Ceder é mais difícil quando se sente que se tem perdido tanto. 

Este foi o mote que deu origem ao tema do suplemento. Seguindo a linha cromática que fez surgir os suplementos verde e vermelho, optou-se agora pelo preto pela sua habitual associação a estados de alma negativos.

O ano letivo avançou e muitas foram as ocorrências que venceram a escuridão e, saindo para a luz, iluminaram os que as presenciaram. A palestra sobre a literacia, que alertou para a necessidade de educar os jovens para que a internet seja uma porta clara para o conhecimento, as iniciativas que visaram sensibilizar para uma alimentação mais saudável e comportamentos mais responsáveis, as campanhas de incentivo à leitura, a luta pela liderança da Associação de Estudantes, os encontros com antigos alunos e escritores, os excelentes espetáculos no Teatro Municipal de Bragança foram algumas dessas luminosas atividades que o Outra Presença acompanhou. 

O próximo número dará continuidade à divulgação de aspetos positivos, com um suplemento construído sob o lema do branco.

E porque o Natal é também época de luz, família e celebração de vida, ficam aqui os votos de um Feliz Natal para todos e um próspero Ano Novo.